Culinária afro-brasileira na sala de aula é possível sim!!!

on segunda-feira, 24 de maio de 2010

Paulo Freire deixou um legado bastante significativo em relação ao aprender e aproveito uma de suas lições para começar a minha reflexão desta semana, parafraseando Paulo Freire “Conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode realmente conhecer.”. As atividades que fiz com a turma nesse início de semana foram bastante motivadoras e possibilitaram que meus alunos pudessem se sentir sujeitos de sua aprendizagem, pois o envolvimento foi mais intenso do que o normal. Começou quando fomos pesquisar no Laboratório de Informática as receitas de origem afro-brasileira. Perceberam que muitas das receitas vistas fazem parte de suas vidas e comentavam entre si sobre elas. Na sala de aula, tabulamos os dados em forma de gráfico e foi feito o registro no caderno. Logo em seguida, organizei o espaço para que pudéssemos transformar a sala de aula numa grande cozinha. Disse que faríamos um prato de origem africana e que se chamava “Mungunzá”. Ficaram espantados por causa do nome e não sabiam o que era. Perguntei se nunca tinham comido canjica com leite e eles: “Ahhh, é isso, profe?”. Disse que era, mas faríamos da forma correta, com todos os ingredientes e não só com leite e açúcar. No momento da preparação ressaltei que teriam que prestar bastante atenção aos passos, por que depois teriam que escrever no livro de receitas o modo de preparo do doce. Bastante atentos e solícitos, todos queriam mexer o líquido, logo em seguida quando coloquei a canjica(cozida previamente em panela de pressão), deixei que mexessem para não pegar no fundo. Estavam bastante ansiosos para que ficasse pronta logo e no momento da degustação, apenas um aluno não quis comer, perguntei por que e ele disse que não gostava, perguntei então se ele já tinha comido e o mesmo disse que não. Resolvi não insistir. Depois desse momento, registramos a receita no livro, começamos o registro juntos, devido a quantidade de ingredientes e pedi que o modo de preparo fosse feito individualmente. Ao passo que iam terminando de escrever, vinham me mostrar, assinalava o que deviam corrigir, assim foi até o final da aula, pois esqueciam os passos, pulavam etapas e era preciso relembrá-los do que havíamos feito. E o mais interessante foi que a parte mais suprimida no modo de preparo foi a parte que eu fiz em casa, de cozinhar a canjica, esqueciam por que não presenciaram, apenas falei que se não tivesse cozinhado na panela de pressão certamente não teríamos comido nesta tarde.

0 comentários: